Sombra
Bebi por tuas mãos esta loucura
De não poder viver longe de ti
És a noite, que à noite me procura
És a sombra da casa onde nasci
Deixa ficar comigo a madrugada
Para que a luz do sol me não constranja
Numa taça de sombra estilhaçada
Deita sumo de lua e de laranja
Só os frutos do céu que não existe
Só os frutos da terra que me deste
Hão de fazer-te a ausência menos triste
Tornar-me a solidão menos agreste
Vou recolher à casa onde nasci
Por teus dedos de sombra edificada
Nunca mais, nunca mais longe de ti
Se comigo ficar a madrugada
Sombra
Bebí por tus manos esta locura
De no poder vivir lejos de ti
Eres la noche, que a la noche me busca
Eres la sombra de la casa donde nací
Deja quedar conmigo la madrugada
Para que la luz del Sol no me constriña
En una taza de sombra aplastada
Rebosante de zumo de Luna y de naranja
Solo los frutos del cielo que no existe
Solo los frutos de la tierra que me diste
Han de hacerte la ausencia menos triste
Tornarme la soledad menos agreste
Voy a volver a la casa donde nací
Por tus dedos de sombra edificada
Nunca más, nunca más lejos de ti
Si se queda conmigo la madrugada
Composição: Alain Oulman / David Mourao-Ferreira