Tomara que caia chuva
Caia que caia que caia
Tomara que caia chuva
Caia que caia que caia

As águas dos rios colorem a mata de imensidão
É azul é verde é marrom

Para cada pedaço de pão
É grande a mordida
É azul é verde é marrom

Para cada pedaço mordida
O homem que habita em nós
Ele quer matar, ele quer matar

É ela quem vai nos salvar, oh mãe!
Ah bença
A mãe natureza reza por uma salvação

Clama floresta
Sem fôlego
Para fazer
Desta mata opaca
Colorida
Clama floresta
Sem fôlego
Para fazer
De sеus frutos ninhos
Imagine como será

É pelo Brasil e teu cocar de plumas sangue
Que destituímos as coroas de ouro morte
Pelo ventre das tuas mulheres terra
Que nascemos ingratidão e má sorte

Óh voz da floresta
Você, mãe, pedra, espada, alvo
Mãe sonora, colorida

Nasce de você o fogo quente dos bicos mamários
Mamãe que não morre nem morta

Não deixar em vão o choro das ibirapitangas
O vão que deixaram entre as águas salgadas e as tuas portas
Não deixar em vão o choro das ibirapitangas
Não deixar em vão o choro das ibirapitangas

Composição: Julia Mestre / Zé Ibarra