E o povo como está?
Tá com a corda no pescoço
É o dito popular
Deixa a carne, rói o osso
Mas a vida dessa gente
Aposto que está um colosso
Mas da fruta que eles gostam
Eu como até o caroço

Vivo levando rasteira
Levando canseira, com o pires na mão
Jogo de cartas marcadas
Os nossos problemas não têm solução
Tanta conversa fiada
E a grande virada não passa de esboço
Mas da fruta que eles gostam
Eu como até o caroço

Meu compadre
Se eu não fosse bamba caia no chão
Tanta fartura na mesa
Se vê na novela da televisão
Até parece brincadeira
E eu quase no fundo do poço
Mas da fruta que eles gostam
Eu como até o caroço

Já conheço essa jogada
Promessa furada e ele diz que é bom moço
Mas da fruta que eles gostam
Eu como até o caroço

Tem gosto de marmelada
E o pobre do povo é que leva no dorso
Mas da fruta que eles gostam
Eu como até o caroço

No dia do pagamento
A turma lá em casa faz um alvoroço
Mas da fruta que eles gostam
Eu como até o caroço

Composição: Adalto Magalha / Almir Guineto