Profecia Final (ou No Mais Profundo)

Adeus povo, adeus árvores adeus campos
Aceitai minha despedida
Fico governando essa zona de cá por inteiro até
a ponta dos trilhos em Rio Branco
e o senhor por sua vez governa
do Rio Branco até a pancada do mar
Espinhos soltos no chão
Mistérios presos no ar
Não desejei carregar esse cajado infinito
Anuncio a tua vinda
No silêncio dos cocões
Já vou, meu primeiro trago
Longe da terra primeira
A nitidez se acentua
O nevoeiro se engole
Minhas raízes caminham

Herdeiros do fim do mundo
Queimai vossa história tão mal contada

No mais profundo riacho seco
Na mais alta casa do mundo
Na vastidão do teu olho
Na pancada do segundo
Suor de santa vela acesa
A língua hóstia consagrada
Sangue vinho do meu peito
Pés andor da dor cansada

Profecía final (o profunda)

Gente de despedida, árboles de despedida campos de despedida
Acepta mi despedida
Sigo manejando toda esta área desde aquí hasta que
la punta de los rieles en Rio Branco
y tú, a su vez, gobiernas
desde Rio Branco hasta el golpe del mar
Espinas sueltas en el suelo
Misterios atrapados en el aire
No quería llevar este bastón infinito
Anuncio tu llegada
En el silencio de la popó
Ya voy, mi primer trago
Lejos de la primera tierra
La nitidez acentúa
La niebla se traga
Mis raíces caminan

Herederos del fin del mundo
Quema tu historia tan mal contada

En la corriente seca más profunda
En la casa más alta del mundo
En la inmensidad de tu ojo
En el éxito de la segunda
Vela de chispa sudando
La lengua de acogida consagrada
Sangre de vino de mi pecho
Pies caminando de dolor cansado

Composição: Lirinha