Falou e Disse (part. Cezar e Paulinho)

Gavião da minha foice não pega pinto
Também a mão de pilão não joga peteca
O cabo da minha enxada não tem divisa
As meninas dos meus olhos não tem boneca

A bala do meu revólver não tem açúcar
No cano da carabina não vai torneira
A porca do parafuso nunca deu cria
Na casa do João de Barro não tem goteira

O cravo da ferradura não vai no doce
A Serra da Mantiqueira nunca serrou
A pata do meu cavalo não bota ovo
Eu não vou comer o pão que o diabo amassou

Os quatro reis do baralho não tem castelo
Também o quatro de paus não é de madeira
Por onde o navio passa não tem asfalto
Caminho que vai na lua não tem poeira

Cachaça não dá rasteira e derruba a gente
A língua da fechadura não faz fofoca
Pra fazer este pagode não foi brinquedo
Eu me virei no avesso e não sou pipoca

Habló y dijo (parte Cezar y Paulinho)

El halcón de mi hoz no atrapa a una chica
La mano del mortero tampoco juega volante
El mango de mi azada no tiene marca
Las chicas de mis ojos no tienen muñeca

La bala de mi revólver no tiene azúcar
Sin tocar el cañón de la carabina
La tuerca del tornillo nunca parió
No hay fuga en la casa de João de Barro

Los dientes de herradura no van en dulces
Serra da Mantiqueira nunca aserrada
La pata de mi caballo no pondrá un huevo
No comeré el pan que amasa el diablo

Los cuatro reyes de la baraja no tienen castillo
Además el cuatro de palos no está hecho de madera
Por donde pasa el barco no hay asfalto
Sendero que va por la luna no tiene polvo

Cachaça no tropieza y nos derriba
Lengua clave no chisme
No fue un juguete para hacer esta pagoda
Me di la vuelta y no soy palomitas

Composição: Tião Carreiro / Lourival dos Santos / Piraci