Velho Ditado

Eu sou mais meu chinelo de dedo
Do que cromo alemão apertado
Sou daqueles melhor só
Do que mal acompanhado
Vou rolando no mundo igual bola
Só porque a gente não nasceu quadrado
Eu fico com um olho no peixe fritando
E fico com o outro no gato do lado

Olho grande não entra na China
Quem anda com porco só farelo come
Mulher com mulher sei que dá jacaré
Homem com homem vai dar lobisomem

Em terra de cego caolho é rei
Um dia é da caça outro do caçador
Faça o que eu digo não faça o que eu faço
Aluno não sabe mais que o professor

Quem canta seus males espanta
Vou seguir em frente pois atrás vem gente
Pimenta no olho do outro é refresco
E cavalo dado não se olha os dentes

Eu sou mais meu chinelo de dedo
Relógio que atrasa pra nada adianta
Quem semeia vento colhe tempestade
Deitou com cachorro com pulga levanta
Quem hoje é velhinho já foi mocidade

Laranja madura que toma varada
Não quer ser mamãe vai ficar pra titia
Trombada de porco não mata mosquito
Pra mim cada louco com a sua mania

Devagar se vai ao longe
Sei com quantos paus se faz uma canoa

Eu também admiro Istambul
Mas eu fico em xerém porque é terra boa

Antiguo dictado

Soy más mi chancleta
Que el cromo alemán apretado
Solo soy el mejor
Que mal acompañado
Estoy rodando en el mundo como una pelota
Solo porque no nacimos cuadrados
Vigilo la fritura de pescado
Y consigo al otro en el gato de al lado

Ojo grande no entra en China
Quien camina con carne de cerdo solo come salvado
Mujer con mujer sabe que da cocodrilo
Hombre con hombre va a dar hombre lobo

En la tierra del rey ciego de un solo ojo
Cada perro tiene su día
Haz lo que digo, no hagas lo que hago
El estudiante no sabe más que el maestro

Quien canta ahuyenta sus penas
Seguiré adelante porque la gente viene por detrás
La pimienta en el ojo del otro es un refrigerio
Y el caballo dado no mira los dientes

Soy más mi chancleta
Reloj que se ralentiza y no sirve
Quien siembra viento cosecha tormenta
Acostado con perro con pulgas
Quien hoy es viejo ya era joven

Naranja madura tomando varada
No quiero ser mami se quedará por tía
Golpe de cerdo no mata a los mosquitos
Para mí cada loco con su locura

Despacio se va lejos
Sé en cuántos palos está hecha una canoa

También admiro a Estambul
Pero me quedo en xerém porque es buena tierra

Composição: Dudu Nobre / Luizinho SP