Folia no Matagal

O mar passa saborosamente a língua na areia
Que bem debochada, cínica que é
Permite deleitada esses abusos do mar

Por trás de uma folha de palmeira
A lua poderosa, mulher muito fogosa
Vem nua, vem nua
Sacudindo e brilhando inteira
Vem nua, vem nua
Sacudindo e brilhando inteira

Palmeiras se abraçam fortemente
Suspiram, dão gemidos, soltam ais
Um coqueirinho pergunta docemente
A outro coqueiro que o olha sonhador:
- Você me amará eternamente?
Ou amanhã tudo já se acabou?
- Nada acabará - grita o matagal -
Nada ainda começou!
Nada acabará - grita o matagal -
Nada ainda começou!

Imagina: são dois coqueirinhos ainda em botão
Nem conhecem ainda o que é uma paixão
E lá em cima a lua
Já virada em mel
Olha a natureza se amando ao léu
E louca de desejo fulgura num lampejo
E rubra se entrega ao céu
E louca de desejo fulgura num lampejo
E rubra se entrega ao céu

Folia en el arbusto

El mar sabe bien en la arena
Qué burlón, cínico
Permite deleitar estos abusos del mar

detrás de una hoja de palma
La luna poderosa, mujer muy ardiente
ven desnudo, ven desnudo
Temblando y brillando por todas partes
ven desnudo, ven desnudo
Temblando y brillando por todas partes

Las palmeras se abrazan con fuerza
Suspiro, gemido, suspiro
un coco pregunta dulcemente
A otro cocotero que lo mira soñadoramente
¿Me amarás por siempre?
¿O todo ha terminado mañana?
Nada terminará - grita la espesura
¡Nada ha comenzado todavía!
Nada terminará - grita la espesura
¡Nada ha comenzado todavía!

Imagínese: hay dos cocos todavía en brote
Ni siquiera saben qué es una pasión todavía
Y allá arriba la luna
ya convertido en miel
Mira la naturaleza amándose a sí misma al azar
Y loco de deseo destella en un destello
Y el rojo se rinde al cielo
Y loco de deseo destella en un destello
Y el rojo se rinde al cielo

Composição: Luis Carlos Góes / Eduardo Dusek