Boemia
Meu coração é cigano
Eu sou mais um saltimbanco
Que o tempo atravessou

Boemia Da ilusão do Egito
Ao drama de um perseguido
E a emoção de um ator

Levantei a poeira da estrada
Poeta mambembe eu sou, ô, ô, ô
Minha fé jamais foi renegada
Santa Sara abençoada iluminou

Noite de Paris
Nobre aventura
Corte pede bis pra literatura
Ópera ou baile
Sonho ou sedução
Em Notre Dame a inspiração

A arte combatida, reprimida se ergueu
Nos cabarés e nos cafés um aí meu Deus
Brilhante a magia do artista
Ganha a cena popular
Quem desdenha quer participar
E no Brasil até chegar a saideira
Tem gafieira no salão
Quem risca o chão é o capoeira
No morro onde a inspiração provoca
Boemia carioca
Canta o samba de primeira

O Astro Rei chegou e vem brilhar
Boêmio sou, vou me acabar
Sou folião, eu sou da boemia
Só vou parar quando raiar o dia

Composição: Cláudio Russo