Os rios vão de vencida
As pedras ficam no fundo
A água é que move essa vida
A vida é que move esse mundo
Desde a gota que batiza
Até a lágrima do fim
A gente se realiza
Entre o que é bom e é ruim
Choro de teima é pirraça
Cama de orvalho é chapéu
Água que queima é cachaça
Chuva que cai vem do céu

bênção que jorra da bica
Das mãos de Iara e Oxum, Oxum
Que Oxalá purifica
É nosso bem mais comum

As nossa vidas e vilas
Nem sempre tranquilas cresceram ao redor
Dos cursos de uma nascente
Que puxa a corrente de um rio de amor
Se a memória não escapa
Nas ondas que vão e que vem
Até os arcos da Lapa
Rolaram água também
No tempo do Imperador
Houve alguém que lançou
O maior desafio
A engenharia propôs
E depois construiu
O sonhado desvio
E a cada novo poder
Foi se alargando o favor
Que fez o povo sofrer
Quase morrer de calor

Sábio é quem acredita
No que é melhor para si
Sou Tubarão de Mesquita
O meu lugar é aqui

Composição: Sergio Fonseca / Ailton Moura