Jeitão de Caipira

Vou voltar pra minha terra na vidinha de caboclo
Vou trabalhar no roçado nem que for pra arranca toco
O barulho da cidade está me deixando louco
A coisa aqui já está de arranca pica-pau do oco
Vou viver lá onde é bão na vendinha do seu João
A gente dá quinhentão ele ainda volta troco

Aqui não tem diversão muitas coisas me atormenta
A gente não vê o céu nesta cidade cinzenta
Fumaça das chaminés já não tem tatu que aguenta
Não vejo a Lua nascer e nem o Sol quando entra
Meu sacrifício é tamanho muito pouco aqui eu ganho
Meus vizinhos são estranhos passa e não me cumprimenta

Pau podre não dá cavaco, mas pra cortar é macio
Eu vivo aqui na cidade batendo em ferro frio
Só tenho a cabeça quente e o bolso sempre vazio
Por isso é que eu vou embora meu coração decidiu
Vou me embrenhar na quiçaça vou viver de pesca e caça
Morar num rancho de graça naquelas beiras de rio

No ranchinho de sapé amarrado com embira
Pode falar quem quiser, mas de lá ninguém me tira
Deixo a minha rede armada também sou firme na mira
Vejo a Lua e as estrela depois que o Sol se retira
E lá naquele lugar sinto Deus me visitar
Dinheiro não vai comprar o meu jeitão de caipira

Hillbilly Hillbilly

Vuelvo a mi tierra en la vida caboclo
Voy a trabajar en el campo aunque sea para tirar el muñón
El ruido de la ciudad me está volviendo loco
La cosa aquí ya está sacando pájaro carpintero del hueco
Me voy a vivir allá donde se hace bien en la tienda de Seu João
Damos quinientos todavía vuelve cambio

Aquí no hay diversión, muchas cosas me atormentan
No vemos el cielo en esta ciudad gris
El humo de las chimeneas ya no tiene armadillos que lo soporten
No veo salir la luna ni el sol cuando entra
Mi sacrificio es de muy poca talla aquí gano
Mis vecinos son extraños, pasan y no me saludan

El palo podrido no da un chip, pero es suave para cortar
Yo vivo aqui en la ciudad pegando fierro frio
Solo tengo la cabeza caliente y mi bolsillo siempre está vacío
Por eso me voy mi corazón ha decidido
me voy a meter tal vez me voy a vivir de la pesca y la caza
Vive gratis en un rancho en esas riberas

En el rancho de paja atado con embira
Puedes hablar con quien quieras, pero nadie puede sacarme de ahí
Dejo mi red armada, yo también estoy firme en la mira
Veo la luna y las estrellas después de que el sol se ha ido
Y allí en ese lugar siento que Dios me visita
El dinero no comprará mi look de campesino sureño

Composição: Eduardinho / Tião Do Carro