Clareira na noite
Deserta procissão
Nas portas da arquidiocese

Clareia na noite, na noite
Procissão deserta, deserta
Nas portas da arquidiocese
Desse meu país

Profissão deserta, deserta
Homens e mulheres na noite
Homens e mulheres na noite
Desse meu país

Nessa praça não me esqueço
E onde era o novo fez-se o velho
Colonial vazio

Nessas tardes não me esqueço
E onde era o vivo fez-se o morto
Aviso pedra fria

Acabaram com o beco
Mas ninguém lá vai morar
Cheio de lembranças vem o povo
Do fundo escuro o beco
Nessa clara praça se dissolver

Pedra, padre, ponte, muro
E um som cortando a noite escura
Colonial vazia

Pelas sombras da cidade
No dia estranha romaria
Lamento água viva

Acabaram com o beco
Mas ninguém lá vai morar
Cheio de lembranças vem o povo
Do fundo escuro o beco
Nessa clara praça se dissolver

Profissão deserta, deserta
Homens e mulheres na noite
Homens e mulheres na noite
Desse meu país

Na porta do beco estamos
Procissão deserta, deserta
Nas portas da arquidiocese
Desse meu país

Diamantina é o Beco do Mota
Minas é o Beco do Mota
Brasil é o Beco do Mota
Viva o meu país

Composição: Fernando Brant / Milton Nascimento