Texto de Abertura

Valei-me, profetas! Minas Gerais!
Terá existido em outra parte além do meu arbitrário pensamento?
Será que tudo que está ligado à consciência
Tocando de leve no real sem penetrá-lo
Está destinado ao fracasso e ao esquecimento?
Será que este meu retorno a Minas não é apenas a reconciliação com o intolerável?
Eu quis colocar a minha voz a serviço de Deus, isto é a serviço do homem
Eu tinha um projeto
Nascido do sangue, asfixiei-me no sangue
As terras fartas de Três Pontas conservam o meu rastro
Que restará na memória de meus amados
Nos quais co-habitam minha alma de criança e o caos dramático que me meti
Dessa mistura de esquinas e perturbações poéticas?
Fizeram de mim a voz de Minas, o cidadão do mundo
Depois... um atestado de óbito
Que restará na memória do meu povo?
A violência dos ternos, a traição dos fiéis, imprevidência dos sábios
E minha própria cegueira de adivinho? Não
Restará a vitória, o meu salto mortal para dentro de uma nova vida
Deixo na mão das pessoas honestas e na ferocidade dos críticos
Minha própria cronologia e a geografia exata do meu coração
Um lugar vivo de todos os contrários
Este show é um inventário baseado no meu imaginário pessoal
Que transforma minha obra numa declarada reconciliação com a vida
Este show expõe sem qualquer piedade
A minha verdadeira alma, perturbadora e desigual
Não tenho intenção cultural, estética ou didática
Ele foi concebido para meu benefício próprio
Com a intenção de louvar a Deus
E, neste ato, agradecer aos meus amigos e a vocês
Que sei não deixaram que eu, prematuramente
Me transformasse num pasto para os vermes

Apertura del texto

¡Probónganme, profetas! ¡Minas Gerais!
¿Ha existido en otro lugar que mi pensamiento arbitrario?
Hace todo lo que está conectado a la conciencia
Tocar ligeramente sobre lo real sin penetrarlo
¿Estás destinado al fracaso y al olvido?
¿Es este mi regreso a Minas no sólo la reconciliación con lo intolerable?
Quería poner mi voz al servicio de Dios, esto está al servicio del hombre
Tuve un proyecto
Nacido de sangre, me ahogué en la sangre
Las tierras llenas de Tres Puntos mantienen mi rastro
Que permanecerá en la memoria de mi amada
En el que el alma de mi hijo vive y el caos dramático en el que he estado
Esta mezcla de rincones y disturbios poéticos?
Me hicieron la voz de Minas, el ciudadano del mundo
Entonces... un certificado de defunción
¿Qué quedará en la memoria de mi pueblo?
La violencia de los pleitos, la traición de los fieles, la inprevisión de los sabios
¿Qué hay de mi propia ceguera adivina? No, no, no, no
Seguirá siendo la victoria, mi salto mortal hacia una nueva vida
Lo dejo en manos de gente honesta y en la ferocidad de los críticos
Mi propia cronología y la geografía exacta de mi corazón
Un lugar de vida de todos los opuestos
Este espectáculo es un inventario basado en mi imaginario personal
Eso convierte mi trabajo en una reconciliación declarada con la vida
Este espectáculo expone sin piedad alguna
Mi alma verdadera, perturbadora y desigual
No tengo intención cultural, estética o didáctica
Fue diseñado para mi propio beneficio
Con la intención de alabar a Dios
Y en este acto, gracias a mis amigos y a ti
Que sé que no me dejó prematuramente
Conviértame en un pasto para los gusanos

Composição: Milton Nascimento