P.U.T.A

Renasci foi das cinzas das guerreiras
Pela mesma missão que me desfez
vê meu corpo no chão mais uma vez
Reforçando o poder da terra santa
Pois quem queima em seu solo depois planta
Da lugar pra raiz vingar sua fruta
Que a floresta e a mata tão na luta
Se curando na voz da bezendera
Minhas vestes é mulamba
E as feiticeiras, são as mesmas que hoje chamam P.U.T.A

Ontem desci no ponto ao meio dia
Contramão me parecia
Na cabeça a mesma reza
Deus, que não seja hoje o meu dia
Faço a prece e o passo aperta
Meu corpo é minha pressa
Ouviu-se um grito agudo engolido no centro da cidade
E na periferia? Quantas? Quem?
O sangue derramado e o corpo no chão
Guria

Por ser só mais uma guria
Quando a noite virar dia
Nem vai dar manchete (nem vai dar manchete)
Amanhã a covardia vai ser só mais uma que mede, mete, e insulta
Vai filho da puta

Painho quis de janta eu
Tirou meus trapos, e ali mesmo me comeu
De novo a pátria puta me traiu
E eu sirvo de cadela no cio

E eu corro (eu corro)
Pra onde eu não sei (pra onde eu não sei)
Socorro (socorro)
Sou eu dessa vez (sou eu dessa vez)

E eu corro (eu corro)
Pra onde eu não sei (pra onde eu não sei)
Socorro (socorro)
Sou eu dessa vez (sou eu dessa vez)

Hoje me peguei fugindo
E era breu, o sol tinindo
Lá vai a marionete
Nada que hoje dê manchete

(E ainda se escuta)

A roupa era curta
Ela merecia
O batom vermelho
Porte de vadia
Provoca o decote
Fere fundo o forte
Morte lenta ao ventre forte

Eu às vezes mudo o meu caminho
Quando vejo que um homem vem em minha direção
Não sei se vem de rosa ou espinho
Se é um tapa ou carinho
O bendito ou agressão

E se mudasse esse ponto de vista
E o falo fosse a vítima
O que o povo ia falar?
Trocando, assim, o foco da história
Tirando do homem a glória
De mandar nesse lugar

Socorro tô num mato sem cachorro
Ou eu mato ou eu morro
E ninguém vai me julgar

E foda-se se me rasgar a roupa
Te arranco o pau com a boca
E ainda dou pra tu chupar

Pra ver como é severo o teu veneno
Eu faço do mundo pequeno
E Deus permita me vingar
E Deus permita me vingar
E Deus permita me vingar

E eu corro
Pra onde eu não sei (pra onde eu não sei)
Socorro
Sou eu dessa vez

Morreu na contramão atrapalhando o sábado
(Pra onde eu não sei)
Agonizou no meio do passeio público
(Sou eu dessa vez, e eu corro)
Morreu na contramão como se fosse máquina
(Pra onde eu não sei, socorro)
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
(Sou eu dessa vez)
Amou daquela vez como se fosse última
(Pra onde eu não sei, socorro)
Amou daquela vez como se fosse a máquina
(Sou eu dessa vez)

P.U.T.A

Renacido fue de las cenizas de los guerreros
Por la misma misión que me deshizo
ver mi cuerpo en el suelo una vez más
Fortaleciendo el poder de la tierra santa
Para aquellos que arden en su suelo y luego siembran
Da lugar a la raíz para vengar tu fruto
Que el bosque y el bosque están tan en la lucha
Sanación en la voz de bezendera
Mi ropa es mulamba
Y las brujas, son las mismas que hoy llaman PUTA

Ayer bajé al mediodía al mediodía
Parecía en mi contra
En la cabeza las mismas oraciones
Dios, que este no sea mi día hoy
Digo la oración y el paso se aprieta
Mi cuerpo es mi prisa
Hubo un grito agudo tragado en el centro de la ciudad
¿Y en la periferia? ¿Cuántos? ¿OMS?
Sangre derramada y el cuerpo en el suelo
Niña

Porque soy solo otra chica
Cuando la noche se convierte en día
Tampoco encabezará (ni encabezará)
Mañana la cobardía será solo otra que mide, pone e insulta
Ve hijo de puta

Painho quería cenar yo
Me quitó los trapos y me comió ahí mismo
Otra vez la perra patria me traicionó
Y sirvo de perra en celo

Y corro (corro)
Donde no se (donde no se)
Ayuda ayuda)
Soy yo esta vez (soy yo esta vez)

Y corro (corro)
Donde no se (donde no se)
Ayuda ayuda)
Soy yo esta vez (soy yo esta vez)

Hoy me encontré huyendo
Y era tono, el sol brillaba
Ahí va la marioneta
Nada que sea noticia hoy

(Y todavía escuchas)

La ropa era corta
Ella se lo merecía
El labial rojo
Tamaño de puta
Causa el escote
Duele al fuerte
Muerte lenta a vientre fuerte

A veces cambio mi camino
Cuando veo a un hombre que viene hacia mi
No se si es de rosa o de espina
Ya sea una bofetada o un abrazo
El bendito o la agresión

Y si ese punto de vista cambiara
Y el falo fue la victima
¿Qué diría la gente?
Cambiando así el enfoque de la historia
Tomando la gloria del hombre
Para gobernar este lugar

Estoy en un arbusto sin un perro
O mato o muero
Y nadie me juzgará

Y joder si me arrancas la ropa
Saco el palo con la boca
Y todavía puedo chuparte

Para ver que tan severo es tu veneno
Hago el mundo pequeño
Y Dios me permita vengarme
Y Dios me permita vengarme
Y Dios me permita vengarme

Y yo corro
Donde no se (donde no se)
Ayuda
Soy yo esta vez

Murió de forma incorrecta, interrumpiendo el sábado
(Donde no se)
Agonizado en medio del paseo público
(Soy yo esta vez, y corro)
Murió en sentido contrario como si fuera una máquina
(Donde no se, ayuda)
Sus ojos embotados por el cemento y el tráfico
(Soy yo esta vez)
Me encantó ese momento como si fuera el último
(Donde no se, ayuda)
Me encantó ese momento como si fuera la máquina
(Soy yo esta vez)

Composição: Amanda Pacífico / Cacau de Sá