O Ipê e o Prisioneiro (Ipê Florido)
Padre Alessandro Campos
Quando a muitos anos fui aprisionado nesta cela fria
Do segundo andar da panitenciaria la na rua eu via
Quando um jardineiro plantava um ipê e ao correr dos dias
Ele foi crescendo e ganhando vida enquanto eu morria
Meu ipê florido junto à minha cela
Hoje tem altura de minha janela
Só uma diferença ha entre nós agora
Aqui dentro as noites não tem mais aurora
Quanta claridade tem você lá fora
Vejo em seu tronco cipós-parasita te abraçando forte
Enquanto te abraça suga sua seiva te levando à morte
Assim foi comigo ela me abraçava depois me traia
Por isso a matei e agora só tenho sua companhia
Meu ipê florido junto à minha cela
Hoje tem altura de minha janela
Só uma diferença ha entre nós agora
Aqui dentro as noites não tem mais aurora
Quanta claridade tem você lá fora.
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