Marquês de Linda a Velha

No fim do século passado
Num lindo breque, tirado
Pela mais bela parelha
para alta noite, hora morta
Gizalhando junto à porta
Do Marquês de Linda-a-velha

Lá dentro há rambóia e farra
O Marquês toca guitarra
P'rá Júlia da Amendoeira
E nos salões do Marquês
Há palmas de quando em vez
Aos motes da cantadeira

Do breque sai uma dama
Senhora nobre e de fama
Nos anais da fidalguia
Mostra um certo azedume
E uma ponta de ciúme
P'la mulher da Mouraria

Ela entrou, calou-se tudo
E naquele ambiente mudo
Uma voz sobressaiu
A Júlia, altiva e bizarra
Cantou mesmo sem guitarra
Um fado triste e saiu

A assistência entreolhou-se
O portão nobre fechou-se
E guizalhou a parelha
O Marquês vive isolado
E nunca mais se ouviu fado
Nos salões de Linda-a-velha

Marqués de Linda la Vieja

A finales del siglo pasado
En un hermoso freno, tomado
Para la pareja más hermosa
para la noche alta, hora muerta
Jiggling por la puerta
Del marqués de Linda-a-Velha

Dentro hay rambóia y fiesta
El Marqués toca la guitarra
Júlia da Amendoeira
Y en los pasillos del Marqués
Hay palmas de vez en cuando
A las motas del galope

Fuera de los frenos viene una dama
Noble dama de la fama
En los anales del noble
Muestra una cierta acidez
Y un poco de celos
La mujer de Mouraria

Entró, calló todo
Y en ese entorno mudo
Una voz salió
Julia, alta y extraña
Cantaste incluso sin guitarra
Un fado triste y salió

La asistencia se miraba mutuamente
La puerta noble se ha cerrado
Y él cantó el par
El marqués vive en aislamiento
Y el fado nunca ha sido escuchado de nuevo
En los pasillos de Linda-a-Velha

Composição: Carlos Conde / Manuel Maria Rodrigues