Astronauta
Romulo Fróes
Tronco deitado
Como um homem de pé
Dentro de um sonho acordado, fiquei velho
Sou essa árvore
Minha flor tem raiz
E o que ensinei vai morrer, aprendiz
Ó minha vida, olha
Olha o alto e chora
Os galhos torcidos, as folhas dos dias no chão
Subo o morro
Meu remorso
Eu não presto
Vivo preso
Aos meus astros
Astronauta
Sou minha nave
O planeta do filme
E a minha raiva cansou, mas é firme
Escorpião, rabo dentro do chão
Solta o veneno na constelação
Piso nas folhas secas
Piso nas asas úmidas
Caídas no chão
São sementes do meu coração
Meio louco
Vivo e velho
Já não serve
Vivo preso
Aos meus rastros
Astronauta
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