Paraíso do Tuiutí - Samba-Enredo 2018

Irmão de olho claro ou da Guiné
Qual será o seu valor?
Pobre artigo de mercado
Senhor, eu não tenho a sua fé e nem tenho a sua cor
Tenho sangue avermelhado
O mesmo que escorre da ferida
Mostra que a vida se lamenta por nós dois
Mas falta em seu peito um coração
Ao me dar a escravidão e um prato de feijão com arroz
Eu fui mandiga, cambinda, haussá
Fui um Rei Egbá preso na corrente
Sofri nos braços de um capataz
Morri nos canaviais onde se plantava gente

Ê Calunga, ê! Ê Calunga!
Preto velho me contou
Preto velho me contou
Onde mora a senhora liberdade
Não tem ferro nem feitor

Amparo do Rosário ao negro benedito
Um grito feito pele do tambor
Deu no noticiário, com lágrimas escrito
Um rito, uma luta, um homem de cor
E assim quando a lei foi assinada
Uma lua atordoada assistiu fogos no céu
Áurea feito o ouro da bandeira
Fui rezar na cachoeira contra bondade cruel

Meu Deus! Meu Deus!
Se eu chorar não leve a mal
Pela luz do candeeiro
Liberte o cativeiro social

Não sou escravo de nenhum senhor
Meu Paraíso é meu bastião
Meu Tuiuti o quilombo da favela
É sentinela da libertação

El paraíso de Tuiuti - 2018

HERMANO DE HERMANO DE GUINEA
¿Cuál será su valor?
Producto de mercado deficiente
Señor, no tengo tu fe y no tengo tu color
Tengo sangre roja
Lo mismo que gotea de la herida
Demuestra que la vida nos llora a ambos
Pero su pecho carece de corazón
Dándome esclavitud y un plato de frijoles con arroz
Yo era mango, cambinda, haussá
Yo era un rey Egga atrapado en la cadena
Sufrí en los brazos de un capataz
Morí en los campos de caña de azúcar donde la gente fue plantada

¡Es Calunga, sí! ¡Es Calunga!
La vieja negra me lo dijo
La vieja negra me lo dijo
Donde vive Lady Liberty
No hay hierro, ni fetor

Amparo del Rosario al Benedicto Black
Un grito como piel de tambor
Estaba en las noticias, con lágrimas escritas
Un rito, una pelea, un hombre de color
Y así cuando se firmó la ley
Una luna aturdida vio fuegos artificiales en el cielo
Oro hizo el oro de la bandera
Fui a rezar en la cascada contra la cruel bondad

¡Dios mío! ¡Dios mío! ¡Dios mío! ¡Dios mío!
Si lloro no lo tomes a mal
Por la luz de la lámpara
Libera el cautiverio social

No soy esclavo de ningún señor
Mi paraíso es mi bastión
Mi Tuiuti el quilombo de la barriada
Es un centinela de la liberación

Composição: Cláudio Russo / Moacyr Luz