Madrugada de Alfama
Amália Rodrigues
Madrugada de Alfama
Madrugada de Alfama
Vive en un callejón de Alfama
Mora num beco de Alfama
Y le llaman la madrugada
e chamam-lhe a madrugada,
Más ella, de tan despreocupada
mas ela, de tão estouvada
Ni sabe cómo se llama
nem sabe como se chama.
Vive en una azotea
Mora numa água-furtada
Que es la más alta de Alfama
que é a mais alta de Alfama
Y que el Sol primero inflama
e que o sol primeiro inflama
Cuando despierta la madrugada
quando acorda à madrugada.
Vive en una azotea
Mora numa água-furtada
Que es la más alta de Alfama
que é a mais alta de Alfama.
Ni siquiera en Madragoa
Nem mesmo na Madragoa
Nadie compite con ella
ninguém compete com ela,
Que del alto de la ventana
que do alto da janela
Tan pronto besa a Lisboa
tão cedo beija Lisboa.
Y su colcha amarilla
E a sua colcha amarela
Da envidia a Madragoa
faz inveja à Madragoa:
Madragoa no perdona
Madragoa não perdoa
Que madruguen más que ella
que madruguem mais do que ela.
Y su colcha amarilla
E a sua colcha amarela
Da envidia a Madragoa
faz inveja à Madragoa.
Vive en un callejón de Alfama
Mora num beco de Alfama
Y le llaman la madrugada
e chamam-lhe a madrugada;
Son mástiles de luz dorada
são mastros de luz doirada
Los hierros de su cama
os ferros da sua cama.
Y su colcha amarilla
E a sua colcha amarela
Brillando sobre Lisboa
a brilhar sobre Lisboa,
Es como la estatua de proa
é como a estatua de proa
Que anuncia la carabela
que anuncia a caravela,
Su colcha amarilla
a sua colcha amarela
Brillando sobre Lisboa
a brilhar sobre Lisboa.
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