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Missioneiro Extraviado

Baitaca

Letra

Misionero perdido

Missioneiro Extraviado

Traigo gris en la melena
Trago cinza nas melena

Y el picuman del cobertizo
E o picumã do galpão

Mi cama es el suelo mismo
Minha cama é o próprio chão

Y el cielo azul es mi túnica
E o céu azul é meu manto

Abro mi pecho y me aseguro
Abro meu peito e garanto

Que el silencio está aterrorizado
Que o silêncio se apavora

Y sale del campo
E se manda campo afora

Escuchando mi canto
Ao escutar o meu canto

Y me crié rodando por el mundo
E eu me criei rolando ao mundo

Y no tengo la dirección correcta
E não tenho morada certa

Pero siendo guapo, no aprietas
Mas sendo guapo, não se aperta

Cuando una carrera se expande
Quando uma raça se expande

No hay nadie que me envíe
Não existe quem me mande

Soy un tramposo, soy un cabor
Sou xucro, sou caborteiro

Soy un engendro misionero
Sou cria de missioneiro

Que me perdí en Río Grande
Que me extraviei no Rio Grande

Suelto de mis patas, vivo lejos del deseo
Solto das patas, vivo longe da querência

Cumplo mi existencia, honro la impresión del campeón
Cumpro a existência, honro a estampa de campeiro

Estoy bien dejado, sacrificio no niego
Sou bem largado, sacrifício eu não renego

Me muero seco y no me rindo
Morro seco e não me entrego

Soy un engendro misionero
Sou cria de missioneiro

Así que hoy, en el mundo estoy vagando
Por isso hoje, no mundo ando extraviado

Estoy apenas domado como un potro
Sou mal domado que nem potro redomão

Recuerdo los campos blancos de escarcha
Inda recordo dos campos brancos de geada

Saltando al amanecer para tomar mi chimarrão
Saltando de madrugada pra tomá meu chimarrão

En mi alma traigo el clink del espolón
Na minha alma trago o tinido da espora

Como ahí fuera tendiendo con las joyas
Como lá fora taureando com a judiaria

No me aburro con esta extraña vida mía
Não me aborreço com esta minha vida esquisita

Si me voy tarde, sólo regresaré en el despejado del día
Eu saio de tardezita só volto no clariá o dia

Lo hago muy claro para que todo el mundo me entienda
Faço bem claro pra que todos me compreendam

También entender el sufrimiento de peón
Também entendam o sofrimento de peão

Me caigo de noche, me acuesto y no tengo paz
Caindo a noite, deito e não tenho sossego

De la hierba hago furia y del mundo hago un cobertizo
Da grama faço pelego e do mundo faço galpão

Llevaré un poco de giro en mi baúl
Levo na mala um pouco do revirado

Brazo lleno para que puedas enjuagarme el pecho
Braço lotado pra pode enxaguá meu peito

En mi borde siempre queda un viñedo
Na minha gibeira sempre sobra algum vintém

Sea malo o medio bueno ♪ ♪ Vivo de todos modos
Seja mal ou meio bem eu vivo de qualquer jeito

En mi Rio Grande, cabalgo con el pecho abierto
No meu Rio Grande, cavalgo de peito aberto

Porque es cierto que nací a gauderia
Pois é de certo que eu nasci pra gauderiá

Vivo cantando con este don que Dios me ha dado
Vivo cantando com este dom que Deus me deu

Y después de todo, el mundo es mío y no me importa dónde camine
E afinal, o mundo é meu e não me importa onde andá

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