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Carta a Lisboa
Carminho
Carta a Lisboa
Carta a Lisboa
Igual que el viejo Tajo y las aguas después
Tal qual o velho Tejo e as águas p'ra depois,
Aquí me tienes esperando al que me dejó
Aqui me tens na espera de quem partiu de mim.
En ti Lisboa veo las horas de los dos
Em ti Lisboa eu vejo as horas de nós dois
Y sé que no soy quien era en un tiempo antes del final
E sei não ser quem era num tempo antes do fim.
Como yo, barcos cansados de este mar
Como eu, barcos parados cansados deste mar,
Ocultan libertades en la frágil luz de las velas
Ocultam liberdades na frágil luz das velas
Que a manos de otros mensajes que el viento quería robar
Que às mãos doutros recados que o vento quis roubar
Perdió la nostalgia, cerró las ventanas
Perderam-se as saudades, fecharam-se as janelas.
Así que vivo conmigo en un río de mí a mí
Assim vivo comigo num rio de mim p'ra mim.
Más grandes estos días son menos que otros días
Maiores os dias de hoje são menos que outros dias
Tal vez porque es refugio de alguien que antes del final
Talvez por ser abrigo d'alguém que antes do fim
Viene a mí y huye de mí, dejando mis manos vacías
Me chega e que me foge deixando as mãos vazias.
Y hay mucho que decir en las líneas de este dolor
E há tanto por dizer nas linhas desta dor
Que la voz de ese dolor me confunde el deseo
Que a voz do que mágoa confunde-me o desejo
Aquí espero tener el río de mi amor
Aqui espero por ter o rio do meu amor
Correr en Lisboa como el viejo Tajo
Correndo em ti Lisboa tal qual o velho Tejo.
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