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Saco de Ouro
Eduardo Costa
Bolsa de oro
Saco de Ouro
En una bolsa de arpillera con embira atada
Num saco de estopa com embira amarrado
He guardado es mi pasion
Eu tenho guardado é a minha paixão
Una bota vieja, un sombrero dorado
Uma bota velha, chapéu cor de ouro
Funda de cuero y un machete viejo
Bainha de couro e um velho facão
Tengo un par de espuelas
Tenho um par de espora
Un arnés y un arco
Um arreio e um laço
Una daga de acero y una cola de armadillo
Um punhal de aço e rabo de tatu
Todavía tengo un guayaco perfecto
Tenho uma guaiaca ainda perfeita
Terminado y hecho solo de cuero crudo
Caprichada e feita só de couro cru
De la lámpara rota, solo queda la mecha
Do lampião quebrado só resta o pavio
Para recordar el frio tambien guardé
Pra lembrar do frio eu também guardei
Una piel blanca que ha perdido su pelaje
Um pelego branco que perdeu o pêlo
A pesar del celo con el que cuidé
Apesar do zelo com que eu cuidei
También la pipa de paja larga
Também o cachimbo de canudo longo
Cuantos mosquitos lo aturdí
Quantos pernilongos com ele espantei
Un estribo izquierdo
Um estribo esquerdo
Que mantuve con estilo
Que guardei com jeito
Porque la derecha en la cerca me rompí
Porque o direito na cerca eu quebrei
La factura es toda amarilla
A nota fiscal já toda amarela
Desde la primera silla que me compré
Da primeira sela que eu mesmo comprei
Allí en Soledade en Casa da Cinta
Lá em Soledade na Casa da Cinta
Doscientos treinta, en el momento que pagué
Duzentos e trinta, na hora paguei
Además el recibo ya está arrugado
Também o recibo já todo amassado
Primer salario que facturé
Primeiro ordenado que eu faturei
Son mis cosas en una bolsa atada
É a minha tralha num saco amarrado
En un rincón, que siempre guardé
Num canto encostado, que eu sempre guardei
Para mi representa un hermoso pasado
Pra mim representa um belo passado
El trato de ganado que siempre me gustó
A lida de gado que eu sempre gostei
Entonces, enfrentando este arduo trabajo
Assim enfrentando esse trabalho duro
E hice mi futuro sin violar la ley
E fiz meu futuro sem violar a lei
La bolsa es reliquia con mi parafernalia
O saco é relíquia com meus apetrechos
No ver y no dejar que nadie ponga la mano
Não vendo e não deixo ninguém pôr a mão
En los saltos de la vida aguanto el taco
Nos trancos da vida aguentei o taco
Y el oro en la bolsa es el recuerdo
E o ouro do saco é a recordação
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