Súplica
Francisco Petrônio
Aço frio de um punhal
Foi o teu adeus para mim
Não crendo na verdade, implorei, pedi
As súplicas morreram, sem eco, em vão
Batendo nas paredes frias do apartamento
Torpor tomou-me todo
E eu fiquei sem ser mais nada
Adormecido tenha, talvez, quem sabe
Pela janela aberta a fria madrugada
Amortalhou-me a dor o manto da garoa
Esperança morreste muito cedo
Saudade, cedo demais chegaste
Uma quando parte a outra sempre chega
Chorar já lágrimas não tenho
Coração, por que é que tu não paras?
As taças do meu sofrer findaste
É inútil prosseguir
Se forças já não tenho
Tu sabes bem que ela era a minha vida
Meu doce e grande amor
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