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Um Fadista Já Cansado
Helder Moutinho
Un hombre fado ya cansado
Um Fadista Já Cansado
Un cantante de fado ya cansado
Um fadista já cansado
Cuando el pasado recordó
Quando o passado lembrou
Abrazó una guitarra
Abraçou uma guitarra
No podía cantar, lloraba
Não pôde cantar, chorou
Entró, se sentó y bebió
Entrou, sentou-se e bebeu
Una copa de vino tinto
Um copo de vinho tinto
Mientras que en el recinto
Enquanto que no recinto
Una guitarra gimió
Uma guitarra gemeu
Un montón de canciones que conozco
Muitas cantigas sei eu
Todo ha sido escuchado excepto fado
Tudo se ouviu menos fado
Y el cantante desolado
E o cantador desolado
Comenzó diciéndome
Começou por me dizer
Lo siento mucho
Só tenho pena de ser
Un cantante de fado ya cansado
Um fadista já cansado
Hice un nombre, hice un nombre
Criei nome, dei nas vistas
Gané fama y ovaciones
Conquistei fama e ovações
Pero no cantar canciones
Mas não a cantar canções
Para avergonzar a los cantantes de fado
De envergonhar os fadistas
Canté fado en las conquistas
Cantei fado nas conquistas
Desde el bohemio, que pasó
Da boémia, que passou
Sé quién era, sé que no soy
Sei quem fui, sei que não sou
Un presunto cantante
Um cantador presumido
Me dijo que estaba triste
Disse-me ele entristecido
Cuando el pasado recordó
Quando o passado lembrou
Y siguió, cuando entré
E prosseguiu, quando entrei
Vine con mil ansiedades
Entrei com mil ansiedades
Y si viniera a extrañarte
E se vim matar saudades
Te extrañé más
Com mais saudades fiquei
He envejecido, pero es la ley
Envelheci, mas é lei
De extraño desvanecimiento
Da fadistagem bizarra
Ten fe, ten alma, ten garra
Ter fé, ter alma, ter garra
Cantar hasta la muerte
P'ra cantar até à morte
Y hablando de esta suerte
E falando desta sorte
Abrazó una guitarra
Abraçou uma guitarra
Y ceñido con una mano amistosa
E cingiu com mão amiga
En el lado izquierdo del pecho
Ao lado esquerdo do peito
Ese instrumento elegido
Aquele instrumento eleito
P 'la viejo desvanecimiento
P'la fadistagem antiga
Recordaste una canción
Lembrou-se duma cantiga
¿Quién una vez lo celebró
Que outrora o celebrizou
Pero la emoción se embarcó
Mas a emoção embargou
Toda tu voz suave
Toda a sua voz amena
Y los pobres, llenos de piedad
E o pobre cheio de pena
No podía cantar, lloraba
Não pôde cantar, chorou
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