Na Tua Rua

Na tua rua uma noite
Não era noite, era dia.
Vinha no vento um açoite
Rua branca, rua fria.
Na tua rua uma noite
Não era noite, era dia.

Sombras sombras bruxas velhas
Fatasmas uivos latidos.
Gemiam portas e telhas
Não eram os meus sentidos.
Gemiam portas e telhas
Não eram os meus sentidos.

Rumor do tempo embuçado
E eu só de ti me lembrava.
Sombras sombras do passado
No tempo que não passava.
Rumor do tempo embuçado
E eu só de ti me lembrava.

Foi então que por instantes
Uns olhos feriram os meus.
Cortavam como diamantes
Só podiam ser os teus.
Cortavam como diamantes
Só podiam ser os teus.

Lua branca, lua fria
Não mais no vento um açoite.
E de repente era dia
Na tua rua uma noite.
E de repente era dia
Na tua rua uma noite.

En tu calle

En tu calle una noche
No era de noche, era de día
Había un látigo en el viento
Calle blanca, calle fría
En tu calle una noche
No era de noche, era de día

Sombras sombras brujas viejas
Fatasmas ladrando aullidos
Puertas gemidos y azulejos
No eran mis sentidos
Puertas gemidos y azulejos
No eran mis sentidos

Rumor de tiempo incrustado
Y sólo me acordé de ti
Sombras sombras del pasado
En el tiempo que no pasó
Rumor de tiempo incrustado
Y sólo me acordé de ti

Fue entonces que por un momento
Algunos ojos me hieren
Cortan como diamantes
Sólo podría ser tuyo
Cortan como diamantes
Sólo podría ser tuyo

Luna blanca, luna fría
No más en el viento un látigo
Y de repente era de día
Una noche en tu calle
Y de repente era de día
Una noche en tu calle

Composição: José Marques Do Amaral / Manuel Alegre