À Beira do Pantanal

Foi lá na beira do Pantanal
Seu corpo tão belo enterrei
Foi lá que eu matei minha amada
Sua voz na lembrança eu guardei:
"Por que, meu querido
Por que, meu amor
Cravaste em mim teu punhal?
Meu peito tão jovem sangrando assim
Por que esse golpe mortal?"

Assassinei quem amava
Num gesto sagrado de amor
O sangue que dela jorrava
A sede da terra acalmou
E lá onde jaz o seu corpo
Cresceu junto com o capim
Seus lindos cabelos negros que eu
Regava como um jardim

A lei dos homens me condenou:
Perpétua será tua prisão
Porque foi eu mesmo quem calou
Com aço aquele coração

E eu preso aqui nessa cela
Deixando minha vida passar
Ainda escuto a voz dela
No vento que vem perguntar:
"Por que, meu querido
Por que, meu amor
Cravaste em mim teu punhal?
Meu peito tão jovem sangrando assim
Por que esse golpe mortal?
Cravaste em mim teu punhal
Por que esse golpe mortal??

En el borde de la Pantana

Estaba allí en el borde de la Pantana
Tu cuerpo tan hermoso que enterré
Ahí es donde maté a mi amada
Tu voz en la memoria que guardé
¿Por qué, querida?
¿Por qué, mi amor?
¿Me has puesto tu daga?
Mi pecho tan joven sangrando así
¿Por qué este golpe mortal?

Asesiné a la persona que amaba
En un gesto sagrado de amor
La sangre que brotó de ella
La sed de la tierra se calmó
Y allí donde yace tu cuerpo
Creció con la hierba
Tu hermosa cabello negra que yo
Regado como un jardín

La ley de los hombres me condenó
La vida será tu prisión
Porque fui yo quien me calló
Con el acero ese corazón

Y estoy atrapado aquí en esta celda
Dejando pasar mi vida
Todavía oigo su voz
En el viento viene a preguntar
¿Por qué, querida?
¿Por qué, mi amor?
¿Me has puesto tu daga?
Mi pecho tan joven sangrando así
¿Por qué este golpe mortal?
Has puesto tu daga en mí
¿Por qué este golpe mortal?

Composição: Claudio Roberto / Raul Seixas