Fronteira
Cartel da Cevada
Esse causo que hoje lhe conto
Tapado por estrelas à beira do fogo
Que cheira a terra molhada e a mel de lechiguana
Aconteceu não faz tanto tempo em terras quase castelhanas
Em terra de boa tradição se sabe
Que braço direito, fiel e companheiro
Sempre junto nos entreveros
Seja dos grande ou dos pequeno
É o bom peão da estância
Sabendo disso o patrão
Não imagina outra solução que não seja a vingança
Matar de tiro, adaga ou lança
Sua amada e seu peão
Seu bacuri
Nascido da prenda amada
Era escuro feito a noite enevoada
E quanto mais cada um de inocente se pintava
Mais sua cega raiva lhe tapava
E o Guri, cor de cuia nascido no meio da peleia
É levado em um Crioulo sem pelego nem rédeas, nem nada
Afanado sem alarde por um selvagem em pele nua
Criado até ter pelo na cara por um Índio Charrua
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