A valsa do velho com um pregador na orelha
Kléber Albuquerque
Atrás
Do balcão de fórmica lilás
Ela faz
Amor com suicidas
Bebe gim com formicida
Serve a Deus e a Satanás
Atriz
Não teme o fél de ser feliz
E diz
Enquanto ergue o seu vestido
Aos doidos, santos, aos bandidos
Que a dor não vive a cicatriz
Atroz
Finca seus dentes nos lençóis
Depois
Chora na manhã vigente
Lambe
A língua de serpente
Lava o gozo do algoz
Voraz
Devora o olhar dos canibais
Mas traz
Esculpido na retina
O quarto nu
O odor de urina
Arena de ilusões reais
Aariz
Verniz
Paris
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